A gestão dos números que afetam o segmento de construção está sendo marcada por oscilações. Os últimos levantamentos apontam que, embora o resultado de julho do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), tenha apresentado a segunda menor variação mensal do ano, na casa de 0,10%, os efeitos da alta ocorrida durante a pandemia seguem gerando riscos para o setor.

O INCC é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e aumentou 0,10% em julho. Ficou atrás somente do mês de fevereiro, com alta de 0,05%. Nos sete meses desse ano, o índice chegou a 2,38%, e, no acumulado de 12 meses, 3,15%.

Os preços dos materiais caíram na média. Pontualmente, os valores da areia, brita, cimento e concreto devem influenciar os próximos estudos, já que tiveram altas. Por outro lado, os custos de mão de obra e serviços aplicados ao setor aumentaram.

A indefinição marca o cenário. A economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, diz que, desde agosto de 2022, o indicador de custo da construção registra variações menos intensas, quando comparado aos dados ocorridos durante a pandemia.

O problema é o acumulado. De julho de 2020 a julho de 2023, a alta do INCC chegou a 36,22%, enquanto a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, foi de 25,06% no mesmo período.

Embora menos pessimistas, os empresários do setor apontam três gargalos que impactam os negócios:

. Demanda insuficiente;

. Falta de mão de obra qualificada;

. e dificuldade de acesso a financiamentos.

Novas regras para o Minha Casa Minha Vida e a redução das taxas de juros são pontos que podem influenciar positivamente o mercado da construção. Recentemente, o presidente do SINCAF, Renato Maluf, defendeu a redução da taxa de juros – reveja o artigo aqui.

No início desse mês, o Copom cortou os juros básicos da economia em meio ponto percentual, quebrando uma série de altas ao longo dos últimos 3 anos. Hoje a Selic está em 13,25%. Há expectativa de novos recuos até o final do ano.