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Palavra do Presidente

Precisamos olhar para as mudanças climáticas

Dois fatos presentes no noticiário chamaram a atenção nas últimas semanas. No Brasil, as atenções estão voltadas para as eleições presidenciais e seus desdobramentos.

Já o mundo se manteve atento à Conferência do Clima (COP-27), no Egito. Realizada pela ONU, a COP-27 é o evento mais importante sobre o tema das mudanças climáticas. A situação é realmente grave, com inevitável aquecimento global, derretimento de geleiras e consequente eliminação de algumas espécies vivas, animais e vegetais.

O tema do clima passa por toda atividade humana, mas vou abrir o debate no segmento que represento. E fica claro que há de se fazer algo em especial na indústria da construção, em que todas as atividades geram algum tipo de impacto inevitável, como a extração mineral, desmatamento, assoreamento de rios, poluição industrial e outras consequências.

Podemos e devemos tomar ações que colaborem com a preservação do meio ambiente, dentre elas o simples plantio de árvores, que minimizam os efeitos do calor, abrigam pássaros e outros seres, fornecem alimentos e retém água que se perderia rapidamente para os rios. Aliás, a contenção das águas de chuva é uma situação que deveria ser melhor estudada e aplicada nos projetos de Engenharia e Arquitetura, com a construção de cacimbas, em lugar de cisternas, alimentando o lençol freático, além de se prever maiores áreas vegetadas ou dotadas de pisos permeáveis.

As atividades de reciclagem de materiais também têm impacto importante, pois geram economia na produção bem como diminuem o impacto dos lixões. Cuidado especial deve ser dado ao plástico que, jogado nas ruas, é arrastado pela enxurrada, chega a rios e mares em partículas que muitas vezes são engolidas por animais, o que os levam à morte. Ainda nesse tema, citamos as micropartículas, que se depositam nos plânctons e demais alimentos marinhos e podem voltar até nós dentro de peixes, crustáceos e outros.

Mesmo nas residências, podemos atuar com a finalidade de reduzir a quantidade de lixo. Pode-se pensar na compostagem dos resíduos orgânicos, produzindo um adubo rico de nutrientes que, se não utilizado na própria propriedade, podem ser encaminhados a alguma área rural.

A geração própria de energia solar e a eólica deve ter incentivos, pois diminuirá a dependência das hidrelétricas e das termelétricas. Temos nas hidrelétricas e termelétrica uma das piores formas de geração, pois, além de poluir, consomem combustível fóssil, como o petróleo.

O uso de veículos elétricos também será interessante, desde que tenhamos a matriz conveniente e suficiente para tal, sendo que, atualmente, os modelos híbridos se mostram adequados.

Esse breve relato mostra que temos a oportunidade de minimizar os danos que causamos ao meio ambiente, usando, para isso, soluções tecnológicas e sustentáveis.

Renato Hachich Maluf é presidente do Sindicato Patronal das Indústrias da Construção de Limeira (SINCAF).

Renato Hachich Maluf